domingo, 25 de dezembro de 2011

Voluntários Da Pátria


A banda Voluntários da Pátria é um verdadeiro quem é quem do underground paulistano dos anos 80. Formada em setembro de 1982 pelos guitarristas Miguel Barrela (ex-Agentss) e Giuseppe Fripp (que denuncia no nome sua devoção ao estilo comedido de Robert Fripp), contou com os seguintes membros: Minho K (Verminose, Magazine e 3 Hombres), Guilherme Isnard (Zero), Akira S. e Edson X (Akira S. & As Garotas que Erraram), Thomas Pappon (Smack e Fellini), Nasi e Gaspa (Ira!) e outros menos conhecidos.
Realizou uma série de shows no ano de 1983. Tocou no Carbono 14, Rose Bom Bom, Lira Paulistana, Clash, Sesc Pompéia e Napalm (São Paulo), Noites Cariocas e Circo Voador (RJ).
Os Voluntários da Pátria não se apresentam ao vivo desde o início de 1984 (exceção feita ao show pelas Diretas-Já no Centro Cultural São Paulo). Durante este tempo, o grupo se dedicou à criação e aperfeiçoamento de músicas para a composição do grupo desde o seu surgimento. O objetivo inicial deste trabalho era o de registrar este material em um LP. O papel do disco seria o de reproduzir fielmente os sons produzidos pelo grupo. A "fidelidade" em questão se refere ao som produzido ao vivo pelos Voluntários da Pátria, com os timbres de seus instrumentos equalizados de acordo com sua própria concepção estética. E o primeiro passo na tentativa de ir de encontro a este critério, foi de abandonar toda e qualquer perspectiva de lançar o LP por uma gravadora. Tinha-se descoberto que as gravadoras são incapazes de reconhecer e avaliar trabalhos que fogem dos padrões derivados de modismos passageiros. Não existe interesse nem iniciativa no sentido de se fazer um investimento a longo prazo, dirigido a um novo mercado, um mercado sólido sustentado por uma base real: a relação do consumidor criterioso com a música criteriosa, ou seja, uma relação onde os envolvidos partem para a discussão sobre determinado trabalho, situando-o em determinado contexto e resguardando ou não seu papel histórico de obra de arte. Tinha-se descoberto também, que os produtores de disco daqui são incapazes de situar qualquer tipo de música feita por jovens, em outro universo que não seja o das FMs e Mas comerciais. Isto revela sua desinformação: ignoram, entre outras coisas, o movimento punk, um movimento que praticamente alterou o comportamento do mercado fonográfico a nível mundial, além de ter influenciado toda uma geração de músicos e ouvintes.


Os Voluntários da Pátria partiram então para a auto-produção, contando côa a ajuda mecência de Luiz Carlos Calanca (Baratos Afins Records). O resultado é um LP com oito faixas instigantes, três das quais censuradas. São oito faixas onde prevalece a originalidade da integração letra/música/arranjo (os Mutantes faziam isso com classe).
Seu som está beirando o  art-rock de bandas como Roxy Music, resvalando nos sons obscuros do pós-punk britânico, mas com letras irônicas e inteligentes..


















O LP, situado no marasmo da MPB, merece ser tratado seriamente. O disco foi gravado em julho/84 no Mosh Studio (16 canias), São Paulo, e lançado pelo selo Baratos Afins Discos.
Os Voluntários da Pátria são: Miguel Barella (guitarra, guitarra sintetizada), Giuseppe Frippi (guitarra, guitarra sintetizada), R. Gaspa (baixo), Nazi (vozes) e Thomas Pappon (bateria e vozes de fundo).

Fontes:


Texto extraído do encarte do CD Voluntários da Pátria, podendo ser encontrado na Baratos Afins - visite: www.baratosafins.com.br



Voluntários da Pátria
Terra Devastada

Senti a chuva cair
Quando a noite chegou
Senti um grande sono
Adormecer o planeta
Senti que o mundo acabou
A noite interia choveu
Achuva não vai parar
Se chuva começar
A remover a sujeira
Então a chuva vai me levar
A terra gira no céu
Os vermes correm no chão
A escuridão esconde
Toda luz do planeta
O medo esconde a razão
Um corpo sangra no châo
A morte acaba com a dor
Um som vindo de longe
Atravessa o planeta
Um raio esconde
A Mão do Senhor









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