segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Oasis (Parte 1)

"'cause God gimme soul in your rock'n'roll, babe" (The Hindu Times, Oasis)






Aqui está! A banda que mudou a minha vida (Derick Daniels). A arte em forma de rock. A acidez tranformada em leveza. Poderia passar um dia todo descrevendo o quão essa banda foi e é importante para mim. O quanto me influencia, e o enorme número de bandas que já influenciou, sem se esquecer, claro, das próprias influências que esses caras tiveram. 
Para falar de Oasis, primeiramente não devemos esquecer do contexto no qual esse grupo surgiu: Manchester, ínico dos anos 90. É necessário, antes de focar na história da banda, resumir os acontecimentos dentro da Inglaterra e dentro do rock em si. Na Inglaterra, ou de todo o Reino Unido em si, basta dizer que estava ocorrendo um processo de renovação dentro do cenário musical, utilizando elementos criados já nos anos 80. A grande influência do rock alternativo inglês, era sem dúvidas o The Smiths e seu líder Morrissey. A partir dessa lendária banda (precursora do Indie), vieram muitas outras que seguiram linhagens diferentes. A maioria querendo distância do pop comercial que se instalava nas ilhas britânicas e que dominavam a MTV. Foi uma espécie de "passada do bastão", dentro do cenário do rock alternativo inglês. Tinha a grande influência do já consagrado New Order (também de Manchester) e a casa noturna Hacienda (Celeiro de inúmeras bandas). Assim Manchester, que já nos tinha fornecido um ótimo exemplo do Post-Punk (Joy Division), nos trazia os Smiths e o New Order. Devemos acrescentar aqui, a importância da vida noturna das cidades inglesas, das raves e do ecstasy. Tudo isso nos trouxe a cena Madchester, com bandas como o Happy Mondays e uma das melhores bandas do mundo: The Stone Roses, além do Primal Scream. Era uma diversidade de sonoridade enorme. Cada banda fazendo o que sabia e o que gostava. Enquanto isso, do outro lado do atlântico o pop comercial da época já dava sinais de saturação. Ninguém aguentava mais aqueles sintetizadores e aquelas bandas de Glam Metal Farofentas. Algo necessitava substituir tudo isso! Claro que boas bandas se tornaram saturadas (vide Duran Duran), afinal houve uma espécie de overdose dessas sonoridades. É nesse contexto que surge o Grunge, um filho do rock alternativo americano. Da noite pro dia, em ínicio dos anos 90, bandas alternativas estouravam e os adolescentes enloqueciam. Ninguém queria mais ouvir a breguice do Poison. Os jovens queriam algo que mais se identificassem. Infelizmente, nesse periodo, boas bandas do rock alternativo inglês (muito importantes para a geração do Pós-grunge e do Britpop) foram negligenciadas. Catherine Wheel, Jesus And Mary Chain e The Sundays (só para citarmos). Eram sonoridades mais melódicas e menos barulhentas como os bons nomes do grunge, vale dizer também: Menos voltadas para a auto-destruição (Vide o grande Kurt Cobain). 
Com essa configuração, resta-nos acrescentar o quão descaracterizada estavam as cenas inglesas perante o mundo (no ínico dos anos 80 com o punk e a new wave, a Inglaterra dominava as paradas mundiais com suas bandas). Porém agora, era tudo grunge! É claro que isso era uma bomba prestes a explodir! Eis que em 1991, influenciados por Smiths, Echo & The Bunnymen, Stone Roses, The Jam, e misturando o orgulho e o rock clássico inglês (Beatles e Stones), surge na prolifica Manchester: OASIS! Antes um quarteto liderado pelo "deliquente" Liam Gallagher, o grupo a época tinha o nome de Rain. Tocavam em alguns pubs e shows pouco influentes e sem letras de músicas muito carismáticas. Eis que então, surge, trazendo a experiência de Roadie do Inspiral Carpets, o irmão mais velho de Liam: Noel Gallagher. Essa lenda assume a liderança do grupo e das composições, bota ordem e logo depois eles assinam um contrato. (mas vamos deixar essa história para a próxima parte...) =)

0 comentários:

Postar um comentário